Borboleteando...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A vontade impulsiva de escrever e depois de ver tantos blogs interessantes me levou a criar um também... como borboleta, vou borboleteando por aí, sem saber onde isso vai dar nem onde irei parar... Bons vôos... εïз~*~

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

domingo, 30 de novembro de 2008

A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
hahahahahahahahaha!...
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.
Pule corda!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!
(Arnaldo Jabor)
Esse texto é muito bom! E esses dias eu ando bem do jeitinho que o Jabor descreveu: com um problema na cabeça, um sorriso no rosto e paz no coração! rsrs
Mas, já segui o conselho dele: entreguei os problemas nas mãos de Deus e agora vou ali tomar o cafezinho gostoso! hahahahaha
Saudades de alguém... mas daqui a pouco a saudade passa! Ainda bem! =)
Beijo pra quem é de beijo e boa semana pra todo mundo!
Pensamentinho de Cabeceira:
"O amor é filme e Deus espectador!"
(Cordel do Fogo Encantado)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Das coisas que quero levar comigo pra sempre e pra onde eu for...


Outra das músicas mais lindas do mundo!

Iluminada
Maria Bethânia
Composição: Roberta Mendes/ Jorge Portugal


Quando você me acendeu
Fiquei toda arrepiada
Vi claridade no breu
Minha alma iluminada
Senti uma febre danada
Perdi minha hora marcada
Abri minha porta fechada
E o meu corpo tremeu
Eu estava apaixonada, meu Deus
Quando você me entendeu
Eu não entendia nada
Minha vida renasceu
E amei estar sendo amada
Senti uma febre danada
Perdi minha hora marcada
Abri minha porta fechada
E o amor se rendeu
Quero ser sua namorada, meu Deus
Seja lá quem te mandou
Meu amor te recebeu
E hoje o céu de sua estrela
Menino, sou eu
Menino, sou eu
Seja lá quem te mandou
Meu amor te recebeu
E hoje o céu de sua estrela
menino, sou eu
Menino, sou eu


Cheiro de chuva, barulhinho de chuva caindo , cheiro de terra molhada, de manhã orvalhada, de pipoca estourando na panela, pipoca escapando da panela, algodão-doce cor-de-rosa, brigadeiro de panela pra ser comido de colher, lambuzar os dedos e lamber depois...
Sol quando acorda, sol querendo ir embora, arco-íris coloridinho, domingo com amigos, um amor que me ama também, rosa em botão, rosa que acabou de abrir lá fora, conversar com a amiga preferida, ir ao cinema comigo mesma, com direito a pipoca e coca-cola (que se dane minha gastrite crônica)...
O ir e vir das ondas, a lua e as estrelas, uma lua no céu e outra lua dentro do carro perto de mim, vento nos cabelos, brisa no rosto, dirigir sem rumo, só pra pensar na vida (e de quebra ver no céu um pedaço de arco-íris ali, de presente só pra mim), me perder na serra, na chuva e ver um arco-íris inteiro, sair do ar e fingir que sou Dorothy do Mágico de Oz, acreditar no pote de ouro no fim do arco-íris, acreditar nas pessoas, acreditar no amor...
Minha mãe, meu pai, meu amor, minhas avós, o resto da família, meus amigos, os vizinhos, as crianças do colégio, meus amigos da Mansão (viu, viu Carol, Su, Marido, Rapha, Van, Dani, Danny... ó vocês aqui no blog! rsrs), meus amigos de perto, os de longe, os que me aguentam, os que me toleram, os velhinhos da praça, meus amigos de infância, as amigas do colégio (ninguém nunca mais se reuniu)...
BORBOLETAS, anjos, viagens em bolhas-de-sabão, sonhar sonhos cor-de-arco-íris-bem-coloridinhos, deitar, olhar pro teto e pensar na vida, filosofar, a menina e o coração, sítio, manga-rosa bem docinha, caminhar cedinho...
Meu canto, meu quarto (o de agora e o que jajá vai ser meu), minha casa, minha Juazeiro, minha chapada, meu Cariri, meu Ceará, meu Brasil, meu planetinha (o planeta Terra e um que existe dentro de minha cabeça, povoado de pensamentos, cheiros, gostos e cores)...
Amar e querer muito bem! Eu gosto...
Pensamentinho de Cabeceira:
"E eu gosto dela ser assim vitoriosa
A voz de uma pessoa assim vitoriosa
Que não pode fazer mal
Não pode fazer mal nenhum
Nem a mim, nem a ninguém, nem a nada"
(Maria Bethânia - de novo)

sábado, 22 de novembro de 2008

Alma não tem cor...


Alma não tem cor
Zeca Baleiro
Composição: André Abujamra

Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou negro?
Branquinho Neguinho
Branco negão
Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida
Ela é multicolor
Azul amarelo
Verde verdinho marrom
Você conhece tudo
Você conhece o reggae
Você só não se conhece
Não costumo utilizar esse blog pra falar sobre assuntos polêmicos, pois o propósito dele é dar leveza à vida, que já anda tão pesada e tumultuada, mas, de vez em quando é bom fazer o social, rs!
Neste último dia 20 comemoramos o dia da Consciência Negra e, segundo dados obtidos na Wikipédia, foi escolhida esta data por coincidir com o dia da morte de Zumbi, muito embora hoje já hajam dúvidas a respeito do caráter deste, uma vez que fora comprovado que ele mantinha escravos particulares. Bom, o que ocorre é que neste dia, o Movimento Negro e outros do gênero discutem propostas que devem ser difundidas pelos dias que seguem, em prol de uma categoria que, infelizmente, ainda é marginalizada.
Há quem conteste o porquê de um dia dedicado à consciência negra, há quem ache que é preconceituoso comemorar esta data, há quem apóie e aplauda. Ainda bem, porque quando há divergência de opiniões, abre-se espaço para discussões saudáveis, que sempre deixam a gent epensando um tiquinho só que seja.
Eu particularmente sou a favor da luta pela igualdade. Pela desmarginalização das minorias (negros, idosos, mulheres, gays, nordestinos...). E sei também que a luta é desigual... existe o auto-preconceito: há aqueles que são negros e não se admitem como tais e ainda por cima repudiam os demais. Assim como tem gays homofóbicos, feministas machistas e por aí vai. Disparidade? Talvez... mas existe!
Desta forma, prefiro pensar que, se os negros puderam conquistar este dia pra se fazer serem vistos, ÓTIMO! O ideal era que isto acontecesse todos os dias, que as autoridades, os vizinhos, os colegas de trabalho, aquele senhor que vai passando ali na rua enxergassem o seu próximo como semelhante. Mas, enquanto isto não acontece, que bom que exista ao menos um dia no ano em que as pessoas podem dar este grito que há muito vem sufocado no peito, e dar o primeiro passo para fazer valer direitos que são tanto deles como meus e seus.
E, para que não seja preciso existir um dia específico para a consciência negra, para o orgulho gay, para os idosos, para as mulheres, para os marginalizados, façamos nós a nossa parte. Se cada um fizer seu dever de casa, todos os dias serão de índio! rs...
Pronto, falei! Estão abertas as discussões!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Peço atenção agora meus senhores
Pros tambores os tambores
Pois o que bate agora meus senhores
são os tambores os tambores
Mais forte que o açoite dos feitores
São tambores os tambores"
(Chico César)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

"Embora tenha passado por tudo que passei, não me arrependo dos problemas em que me meti - porque foram eles que me trouxeram até onde desejei chegar. Agora, tudo que tenho é essa espada e a entrego para todo aquele que desejar seguir a sua peregrinação. Levo comigo as marcas dos combates e as cicatrizes - elas são testemunhas do que vivi e recompensas do que conquistei".
O cansaço não permite que minha imaginação se expresse. Mas esta, teimosa e inquieta contorce-se inteira, ansiosa por manifestar-se. As bolhas de sabão estouraram, os olhos pesam, o sono vai chegando, sorrateiro e tímido, devagarinho vai ocupando seu espaço e os pensamentos, a imaginação vão cedendo lugar aos sonhos...
Sim, os sonhos são os anfitriões desta festa linda que acontece noite adentro. Lugares, pessoas, cheiros, cores e sons... aqui tudo é possível! Todas as coisas estão ao alcance, basta assim desejar.
Tudo flui... tudo flui para os que ousam.
Vontade de dormir, de sentir a brisa da madrugada, de ver as estrelas e visitar os mais inusitados lugares. Vontade de transformar a noite em poesia e a vida numa canção...
Até amanhã...
Pensamentinho de Cabeceira:
"Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência"
(Pílula de Drummond)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Maravida
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha


Era uma vez eu no meio da vida
Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Coisa de doce e de sal
Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Sempre o mar, cores indo
Do verde mais verde ao anil mais anil
Cores do sol e da chuva
Do sol e do vento, do sol e o luar
Era o tempo na rua e eu nua
Usando e abusando do verbo provar
Um beija-flor, flor em flor, bar em bar
Bem ou mal margulhar
Sempre menina franzina, traquina
De tudo querendo, provar e provar
Sempre garota, marota, tão louca
A boca de tudo querendo levar
Vida, vida, vida
Que seja do jeito que for
Mar, amar, amor
Se a dor quer o mar dessa dor, ah!
Quero no meu peito repleto
De tudo que possa abraçar
Quero a sede e a fome eternas
De amar, e amar e amar...
Vida, vida, vida.


Era uma vez uma menina que vivia atrás de descobrir o que faltava para a plenitude da alma. Sempre faltava alguma coisinha para que a felicidade fosse completa: um cheiro, um gosto, uma cor... E a menina, detetive que se sentia, gastava horas e horas dos seus dias buscando as falhas e a melhor maneira de repará-las.
Quando o dia findava, lá estava ela, cansadinha, peito arfando, língua de fora, algumas gotículas de suor molhando a testa e a gostosa sensação de missão cumprida! Afinal de contas, dera um duro danado curando feridas, consertando rachaduras, tampando buracos, remendando rasgados, pintando os descascados, doando palavras, abraços, gestos, flores e canções.
Então, tomava banho, comia umas bolachinhas com leite, vestia o pijaminha e ia dormir. Dormindo, a menina sonhava com um jardim florido e percebia-se com asinhas de borboletas, dessas bem coloridinhas (com cor-de-arco-íris) e, à medida em que flanava, caíam gotinhas das asinhas, como se fizesse chover, colorindo tudo à sua volta, principalmente os corações das pessoas. E ela ria, dava aquelas gargalhadas gostosas (sabe aquelas que dá vontade de você rir junto, sem nem saber o porquê?), vendo o mundo inteiro ser banhado em cores que refletiam lindamente com o nascer do sol.
Aí chegava a hora de acordar! Sentava-se na cama ligeiramente e tentava enxergar suas costas. Lá nem havia mais asinhas, nem chuva de arco-íris... só seu quarto, sua cama e o pijaminha. Mas algo ainda permanecia: o sorriso no rosto e a certeza de ter mais um dia inteirinho de trabalho pela frente!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também"
(Gonzaguinha)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A insustentável leveza DE ser...

Liberdade
Marcelo Camelo
Composição: Marcelo Camelo


Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui nãoEu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade


Como é complicado SER, neste mundo... Desde o momento em que nascemos, já somos preparados pra SER alguém ou alguma coisa. Mal abrimos os olhinhos, mal esgoelamos aquela esgoeladinha induzida por um tremendo tapa no bumbum dado pelo médico, e já somos predestinados a SER.
No tempo em que nasci, não existia ultrassonografia (quem me chamar de velha, apanha!!!) e, assim que as mulheres constatavam que aquela vontade de comer um pedacinho de asfalto regado a creme de leite não era loucura, mas sim uma gravidez, já começavam a fazer planos e mais planos para aquele rebento, coitado, que não passava de um amendoinzinho ainda.
Já escolhiam os possíveis nomes (se for menina se chamará Lucrécia, mas se for menino será Astolfo), as possíveis profissões (ah, minha filhinha será médica, é uma profissão muito rentável e, além disso, descobrirá a cura para a dengue hemorrágica. Sim, é isto que ela será: m-é-d-i-c-a! ahhh, não, pois meu Astolfinho será um grande arquiteto! Daqui pra lá Brasilia estará acabada e será ele a projetar a nova capital, que por sinal levará meu nome: Cacildópolis!). E por aí não pára: nossa, tão bem-sucedidos assim, nossos filhotes deveriam casar, não acha? E nos dariam três lindos netinhos! - dizia uma ainda futura mãe, mas já propensa a futura avó de três netinhos lindos! A outra, pra não ficar por baixo, rebatia: Ah, mas só concordo se for duas meninas e um menino!
Ufa! E aí nascem a tal Lucrecinha e o Astolfão (pq homem que é homem não pode ser Astolfinho). E crescem com a dolorida obrigação de SER aquilo que lhes fora imposto mesmo antes de virem ao mundo. Então, começam os conflitos: A moça não suporta ver sangue, prefere mesmo é engajar-se no partido comunista e dedicar sua vida à luta pelas causas sociais, apaixona-se por um Che Guevara do século XXI e decide ir morar com ele numa casinha modesta à beira do Araguaia. O garotão, preparado pra ser o terror da mulherada, não compreende porque acha seu amigo Luis Carlos muito mais atraente do que as centenas de patricinhas que sua mãe insiste em lhe empurrar. "engenheiro? Cacildópolis? Cruuuuuuzes! Isso é uó! Quero mais é fazer faculdade de moda, montar minha própria grife e, junto com meu companheiro LuCa, produzir os desfiles mais badalados da região!" Estiloso e descolado, Astolflower Spring (é assim que ele assina suas peças),faz um sucesso absurdo entre a mulherada... ouvi dizer que até Britney encomendou algumas pecinhas pro seu new look. Há rumores tb que Madonna já queria o endereço da maison. mundo, tremei, aí vai Astolflower Spring!
São histórias como estas que me deixam feliz, que me fazem acreditar em pessoas de verdade, que conseguem SER justamente aquilo que tantas outras passam a vida inteirinha pelejando e não conseguem: ELAS MESMAS!
Um viva aos corajosos que querem SER... e SÃO!
Ps.: Qualquer semelhança com personagens desta história terá sido mera coincidência. É uma obra de pura ficção...
Pensamentinho de Cabeceira:
"Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar"...
(Marisa Monte)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Das coisas que eu vejo...


A TRISTEZA PERMITIDA (Marta Medeiros)

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Esta foto fui eu quem tirei, numa das minhas manhãs em que saio, ainda com o sol nascendo, pra dar uma caminhada, respirar ar puro e pensar na vida!
Adoro esta foto, pq ela me transmite uma paz tão gostosa e me faz lembrar a pessoa que tanto amo... aliás, foi pensando nesta pessoa, que fiz esta foto. E é pensando nela que posto-a aqui no blog!
Tô numa correria, organizando coisas pra ontem, os dias têm sido curtinhos pro tantão que tenho pra fazer! Mas, páro um instantinho, respiro, enxugo o suor da testa e ponho um sorriso no rosto:
-Obrigada, Deus, eu tenho trabalho! Tenho grandes coisas a realizar e tenho quem me dê sacudidelas e sacolejos quando começo a querer desviar do meu caminho! Obrigada mesmo, de verdade!
Amém!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Mas é claro que o sol,
vai voltar amanhã
mais uma vez
eu sei"...
(Legião Urbana)

domingo, 9 de novembro de 2008

Chicas!!!


Me Deixa
Chicas
Composição: Marcelo Yuka

Pode avisar, pode avisar
Invente uma doença que me
Deixe em casa pra sonhar
Pode avisar, podem avisar
Invente uma doença que me
Deixe em casa pra sonhar
Com o novo enredo outro dia de folia
Com o novo enredo outro dia de folia
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Me deixa que hoje eu to deBobeira
Me deixa que hoje eu tô deBobeira
Hoje eu desafio o mundo
Sem sair da minha casa
Hoje eu sou um homem mais sincero
E mais justo comigo
Hoje eu desafio o mundo
Sem sair da minha casa
Hoje eu sou um homem mais sincero e
Mais justo comigo
Podem os homens vir que
Não vão me abalar
Os cães farejam o medo,
Logo não vão me encontrar
Não se trata de coragem
Mas meus olhos estão distantes
Me camuflam na paisagem
Dando um tempo,
Pra cantar
Me deixa, que hoje eu tô deBobeira, bobeira
Me deixa, deixa
Que hoje eu to deBobeira, bobeira
Com o novo enredo outro dia de folia
Com o novo enredo outro dia de folia
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Depois de um show fantástico, meu post de hoje só poderia ser em homenagem a elas.
Fico feliz e orgulhosa em ver surgir em meio a um mundo de créus e afins, um quarteto musical que realmente sabe o verdadeiro significado das palavras: canção, música, melodia, som, instrumento, voz.
São quatro meninas ainda, mas que cantam com autoridade de gente grande! Meninas que tem música no sangue (salve, salve Gonzaguinha e o velho Lua, pai e avô de Amora e Fernanda), na garganta e no pulsar do coração... Não é a toa que venceram o prêmio TIM Festival (pra quem pode e elas podem).
Isadora Medella, Paula Leal, Fernanda Gonzaga e Amora Pêra. São esses os nomes das quatro meninas, aparentemente frágeis, leves em seus vestidinhos, mas que quando abrem a boca tornam-se poderosas! São dessas que sabem o que querem, que dizem a que vieram, que têm luz própria e, estrelas que são, iluminam o nosso céu anoitecido!
Cantam tudo e cantam muito! "Felicidade" ganha um brilho ainda mais especial quando elas cantam. Paula Leal faz todo mundo ficar arrepiado quando começa a entoar "Espumas ao Vento" e, preciso dizer, mil desculpas Lenine, mas tua "Paciência" ficou muito mais linda na voz delas... se esta já era minha música de cabeceira, agora então...
Sei que estou feliz, realizei um sonho, assisti a um show delas, fiz fotos, peguei autógrafos (tá tudo lá no orkut). Isadora é um doce, a meiguice chegou ali e ficou pra sempre! Paula é a simpatia em pessoa, dessas que você olha pra ela e já se sente amiga de infância, rs! Fernanda é um amor, tão atenciosa, tão carinhosa, dá vontade de levar pra casa. A irmã dela, Amora, nunca ri nas fotos, mas é tão linda, tão linda, que a gente releva esse detalhe. Parece uma menininha e eu fiquei apaixonada pela sandália dela, rsrs!
O que posso ainda mais fazer é parafrasear o Vinicinho e dizer que as CHICAS sejam infinitas enquanto durem, e que durem pra sempre! Sucesso sempre!
Dedinhos cruzados aqui, esperando o dia de ouvir vocês assim de pertinho de novo! Enquanto esse dia não chega, vou me divertindo com o cd e olhando embevecida para os autógrafos (fã é f#$da, né? rsrs). Sim, eu comprei o barulho delas!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Eu não sou ateu, nem quero ser
Deus te abençoe, rezo por você
Eu vou tocar a flauta pra me despedir
De longe minha alma vai velar por ti".
(Chicas - de longe minha alma vela por vocês ;* )

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Mais uma dose de Cecilia...


Dias Perfeitos
Dias perfeitos são esses em que a Meteorologia afirma, vai chover e chove mesmo: não os outros, quando se anda de capa e guarda-chuva para cá e para lá, até se perder um dos dois ou os dois juntos.
Dias perfeitos são esses em que todos os relógios amanhecem certos: o do pulso, o da cozinha, o da igreja, o da Glória, o da Carioca, excetuando-se apenas os das relojoarias, pois a graça, destes, é marcarem todos horas diferentes.
Dias perfeitos são esses em que os pneus não amanhecem vazios: as ruas acordam com dois ou três buracos consertados, pelo menos; os ônibus não vêm por cima de nós, buzinando e na contramão; e os sinais de cruzamento não estão enguiçados, e os guardas estão no seu posto, sem conversa para as morenas enm para os colegas.
Dias perfeitos são esses em que não cai botão nenhum da nossa roupa ou, se cair, uma pessoa amável aparecerá correndo, gastando o coração, para no-lo oferecer como quem oferece uma rosa, deplorando não dispor de linha e agulha para voltar a pô-lo no lugar.
Dias perfeitos são esses em que ninguém pisa nos nosso sapatos, nem esbarra com uma cesta nas nossas meias, ou, se isso acontecer, pede milhões de desculpas, hábito que se vai perdendo com uma velocidade supervostokiana.
Dias perfeitos são esses em que os guichês do Correio dispõem de gentis senhoritas e respeitáveis senhores que não estão fazendo crochê nem jogando xadrez sozinhos e não se aborrecem com o mísero pretendente à expedição de uma carta aérea, e até sabem quanto pesa a missiva e qual é o seu destino, no mapa, e têm troco certo na gaveta, e não atiram selos pelo ar como quem solta os pombos da cartola. (Ah, esses são dias perfeitíssimos!...)
Dias perfeitos são esses em que o motorista do carro de trás não buzina como um doido, os da direita e da esquerda não dançam quadrilha na nossa frente, e os velhotes não lêem jornais no meio da rua, e as mocinhas que carregam à cabeça seus tabuleiros de penteados não resolvem atravessar, com sua sperninhas trepadas em metro e meio de saltos, justamente por lugares por onde nem a bola de futebol doméstico se arrisca.
Dias perfeitos são esses em que se vai ao teatro, como mandam os amigos, e os atores sabem o que estão fazendo, e a vizinha de trás não conversa do prólogo ao epílogo sobre assuntos particulares, e a menina da frente não chupa, não mastiga e assovia caramelos, e o cavalheiro da esquerda não pega no sono, resvalando insensivelmente para cima de nós o seu mavioso ronco.
Dias perfeitos, esses em que voltamos para casa e a encontramos intacta, no mesmo lugar, e intactos estão os nossos tristes ossos, e podemos dormir em paz, tranquilos e felizes como se voltássemos apenas de um pequeno passeio pelos anéis de Saturno.
Pra mim, dias perfeitos são aqueles em que temos a graça de acordar e agradecer a Deus por vivo estar. São os dias em que escutamos a voz daquelas pessoas que amamos, que podemos admirar uma bela paisagem e, principalmente, aqueles em que abrimos a nossa boca e soltamos a nossa língua para dizer um sonoro EU TE AMO!
E para você? Quais são so dias perfeitos? Conta pra mim...
Ps.: Amanhã tem show das CHICAS e quem mais vai sou eu! =D
Pensamentinho de Cabeceira:
"Luta pelo seu ideal
Força, vai adiante até o final
Voa pra sua liberdade
Canta que a vida é boa.....
A vida é boa"....
(Chicas - e amanhã vou ouvir ao vivoooo)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eu quero mais é viver em paz!

Hoje só quero dividir este belíssimo texto da maravilhosa Cecília Meireles, aquela que fala tanto, tanto, tanto por mim... Enjoy!


COMPENSAÇÃO
Hoje eu quereria apenas abrir um álbum antigo de fotografias, onde não houvesse gente de olhos duros e mãos aduncas. Onde umas boas senhoras pousassem no papel com delicadeza, não para sobreviverem eternamente, mas para mandarem seu retrato às amigas com finas letras de "sincera afeição". Um álbum onde aparecessem uns bons velhotes que não faziam negociatas, que não sabiam multiplicar dinheiro, que usavam roupas desajeitadas, sofriam de reumatismo, liam Virgílio e Horácio, e não tinham medo dos fantasmas do porão. De lá de dentro de seus retratos essas sombras estariam dizendo: "Meus filhos, nada disso vale a pena..." (e sabíamos que falavam de parentes sôfregos, ávidos de partilhas, uns querendo herdar as terras do morro; outros, a mata; outros, a várzea - todos vivendo já do testamento, antes mesmo da extrema-unção...) Hoje eu quereria ficar folheando esse álbum, onde não desejaria encontrar aqueles herdeiros.
Hoje eu quereria ler uns livros que não falam de gente, mas só de bichos, de plantas, de pedras: um livro que me levasse por essas solidões da Natureza, sem vozes humanas, sem discursos, boatos, mentiras, calúnias, falsidades, elogios, celebrações...
Hoje eu quereria apenas ve ruma flor abrir-se, desmanchar-se, viver sua existência autêntica, integral, do nascimento à morte, muito breve, sem borboletas ou abelhas de permeio. Uma existência total, no seu mistério (e antes da flor? - não sei) (e depois da flor? - não sei). Esta ignorância humana. Este silêncio do universo. A sabedoria.
Hoje eu quereria estar entre as nuvens, na velocidade das nuvens, na sua fragilidade, na sua docilidade de ser e deixar de ser. Livremente. Sem interesse próprio. Confiantes. A mercê da vida. Sem nenhum sonho de durarem um pouco mais, de ficarem no céu até o ano 2000, de terem emprego público, férias, abono de Natal, montepio, prêmio de loteria, discurso à beira do túmulo, nome em placa de rua, busto no jardim... (ó nuvens prodigiosas, criaturas efêmeras que estais no alto e não pretendeis nada, e sois capazes de obscurecer o sol e de fazer frutificar a terra, e não tendes nenhuma nem apego a esses acasos!) Hoje eu quereria andar lá em cima nas nuvens, com as nuvens, pelas nuvens, para as nuvens...
Hoje eu quereria estar no deserto amarelo, sem beduíno, camelo ou rebanho de cabras: no puro deserto amarelo onde só reina o vento grandioso que leva tudo, que não precisa nem de água, nem de areia, nem de flor, nem de pedra, nem de gente. O vento solitário que vai para longe de mãos vazias.
Hoje eu quereria ser esse vento.
Pensamentinho de Cabeceira:
"Devíamos preparar os nossos sonhos como os artistas, as suas composições"
(Cecília Meireles - que, de novo, falou por mim)