Borboleteando...

Eu te amo porque te amo
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
eu te amo porque te amo.
amor é estado de graça e
com amor não se paga.
amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira,
no eclipse.
amor foge a dicionários
e a regulamentos vários
eu te amo porque te amo,
bastante ou demais a mim
porque amor não se troca,
não se conjuga
nem se ama
porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo
amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)


Porque pra amar não precisa receita, nem rótulos, muito menos escolhas... O amor é desejo puro e simples, que vai invadindo os poros, os vasos sanguíneos, os neurônios, o ir e vir do coração ao bater assim, meio descompassado...
Amor não é troca (abraço sim, é a troca mais gostosa que já vi), não se obriga, não se mensura, não se contrata, muito menos se explica...
Amar dói, faz tremer, faz suar frio, faz as mãos parecerem duas idiotas sem saber onde se enfiar, faz a voz sair gaguejadinha, faz perder o sono, faz sonhar acordado...
O amor, esse danado, não pede licença, vai chegando, entrando, se instalando e sentindo-se em casa, reinando absoluto. E o amor é folgado, viu? Chega e já vai logo se espalhando todo...
Ai, ai... o amor... esse amor... eu hein!


Pensamentinho de Cabeceira:
"Ainda que eu falasse a língua dos homens
que eu falasse a língua dos anjos
sem amor eu nada seria"
(Tá na Bíblia e Renato Russo cantou lindamente)