Não é todo mundo que chega aos CEM ANOS nesse pique!!!

A Rosa

Tu és, divina e graciosa estátua majestosa
do amor, por Deus esculturada
e formada com o ardor,
da alma da mais linda flor, de mais ativo olor
e que na vida é a preferida pelo beija-flor.
Se Deus lhe fora tão clemente aqui neste oriente de luz
formada numa tela deslumbrante e bela,
teu coração, junto ao meu lanceado
pregado e crucificado sobre a rosa cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral
oh alma perenal, do meu primeiro amor, sublime amor.
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação de todo o coração
cintilas um amor
o riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
em vozes tão dolentes quanto um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
és tudo enfim que tem de belo,
todo o resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
Oh flor! Meu peito não resiste,
Ah, meu Deus o quanto é triste,
a incerteza de um amor que mais me faz penar
em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente
em versos comoventes de luz,e receber a unção da tua gratidão,
depois de remir, teus desejos
em nuvens de beijos hei de envolver-te
até o meu padecer, de todo fenecer

(Pixinguinha)


Como talvez não consiga postar no dia, meu post de hoje vai só pra ela! MINHA AVÓ!
Dia sete de setembro ela completará CEM ANOS de vida! Isso é uma glória!!!!

Sabe aquela vó que tem cara de vó (reparou na foto?), cheiro de vó, jeito de vó, alma de vó e que nasceu completamente com a missão de ser vó? Pois é, tenho uma assim... aliás, duas, mas o post de hoje é pra vó Livinha!
É a vovó Livinha, do sítio Salobra (muito embora pareça bastante com outra vovó de um sítio imaginado por Lobato), danadinha que só ela, espertinha que só ela, bonitinha que só ela... sempre com muitas histórias pra contar, e conta de uma maneira diferente: quando a vovó Livinha fala, além da boca, todo o resto fala junto... os olhinhos arregalados, as mãos que gesticulam, o pézinho balançando... as palavras saltam aos montes, coloridas, floreadas, divertidas, dos poros da minha vó...
É a vovó Livinha da rua São Francisco, da casa da esquina, que enche a gente de comida, que adora um chá, que troca a noite pelo dia, que sempre fez o que quis...
É a vovó Livinha do Pai Vés, que queria ser freira, mas quando olhava pra ele era só sorrisos, desculpa vó, mas nem de longe a senhora quis ser freira... A vovó Livinha do Pai Vés que, quando contrariado, não conseguia nem brigar, olhava pra ela com um sorriso no canto da boca e dizia: "Demoooooooore, Sá Livinha", e nem ligava, ela sempre fazia o que queria mesmo, rs! A vovó Livinha do Pai Vés que com ele completou mais de setenta anos de casados e eu, nesses meus vinte e nove, nunca os vi brigar!
É a vovó Livinha mãe do meu pai, a quem amava tanto, e que a amava tanto também... a vovó Livinha do meu pai, que sofreu e chorou quando Deus fez ele virar estrela...
É a vovó Livinha, vó de mim mesma, dos meus sonhos, das minhas vontades, dos meus quereres, das minhas birras, dos meus dengos, dos meus caprichos, das minhas mais puras gargalhadas...
É a vovó Livinha que completa cem anos de idade, no dia sete de setembro, com a cabeça tão lúcida que é melhor que a minha, com a conversa tão aprumada e o coração tão tranquilo... é a vovó Livinha cujo olhar contempla aquilo que todos nós precisamos aprender pra sermos felizes!
Mais cem anos pra Senhora, minha querida... gente feliz assim deve viver pra sempre!

Amo demais...


Pensamentinho de Cabeceira:
"Muitas felicidades, muitos anos de vida"...