O Anjo Mais Velho
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli
"O dia mente a cor da noite
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli
"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente
"Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar
Não queria voltar a postar nesse blog assim, fazendo homenagens póstumas...
Gosto de vida, de alegria e... quer saber? Minha vó gostava também! Então não entendam como homenagem póstuma, leiam e entendam como mais um brinde a cem anos de uma vida muito bem vivida e a uma vontade de jajá nos encontrarmos de novo e aí sim... vai ser aquela festa!
Bom, aí tá a transcrição da cartinha que eu li na missa de sétimo dia de minha vó:
Vovó Livinha, para mim, é sinônimo de vida! Não há como lembrar dela sem um sorriso no rosto, olhos vivos, mesas fartas e muita história para contar...
Seu principal objetivo nesta existência foi literal e redundantemente VIVER e, posso dizer com a autoridade de quem com ela conviveu, que sua meta foi cumprida, e com louvor! Minha vó sorveu a vida e soube aproveitá-la da melhor maneira: sorrindo, amando, convivendo, desbravando e conquistando aqueles que caminharam seu caminho.
Engraçada que só ela, acrescentava semrpe um ano a mais quando questionada a respeito da idade pois dizia que agindo desta forma viveria mais um ano e mais outro e mais outro... O curioso é que ela sempre dizia que pararia nos cem...
Falando em cem anos, este foi um dos últimos desejos caprichosos seus. sua festa centenária, com a família toda em volta, todos comendo e bebendo, a música tocando e ela, a rainha da festa, sendo cumprimentada por aqueles que lhe eram caros.
Sinto-me imensamente feliz por, juntamente com os demais, não ter envidado esforços para que este sonho se concretizasse. E como ela estava feliz naquele dia! Mas, dizia sempre que aquela comemoração de seus anos seria a última...
Se foi profecia ou não, nove meses depois, estava eu, juntamente com os demais, não envidando esforços para preparar a sua despedida do nosso meio...
Tenho certeza de que agora ela deve estar lá no plano espiritual, com Pai Vés (meu avô), painho e padrinho Antônio fazendo festa, falando alto e encantando os anjos com suas histórias, sempre seguidas de um "Demoooore, sá Livinha" de Pai Vés, que, por sua vez, deve estar radiante por encontrar seu AMOR MAIOR outra vez.
Seria egoísmo de minha parte dizer que Deus foi injusto por ter carregado minha vó pra Ele. Não! Sou grata aos céus por ter tido o privilégio de conviver com ela por tanto tempo, por ter escutado suas histórias e conselhos e por ter aprendido lições valiosas com sua astúcia, sabedoria e fortaleza.
Mas também seria mentira dizer que não está doendo! como disse e cantou o poeta, "sua ausência está fazendo silêncio em todo lugar". É duro saber que ela não está mais lá, que está senão nas lembranças e fotografias. Dói saber que o cheiro, o toque, o abraço não serão mais sentidos.
O que consola é saber que entrou mais uma pro time dos que cuidam de nós lá de cima: minha vovó Livinha, meu "anjo mais velho".
Agradeço, em nome da família Olegário/Macedo/Santana a cada um que, com gestos de carinho, palavras de sustentação, abraços fraternos ou até mesmo com o silêncio que diz tudo, nos confortaram neste momento de resignação!
Pois é, pessoas... voltei! Não com a mesma frequência de antes, mas voltei!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Tenho certeza que vou te encontrar
não sei o dia e a hora
mas sei o lugar
sei que você esta bem
mesmo assim
isso não me impede de chorar"...
(Catedral)