Borboleteando...

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A vontade impulsiva de escrever e depois de ver tantos blogs interessantes me levou a criar um também... como borboleta, vou borboleteando por aí, sem saber onde isso vai dar nem onde irei parar... Bons vôos... εïз~*~

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Aprendendo com Alice...


Gente, a Campanha+Promoção no Cordelirando tá de vento em popa! quem ainda não foi lá, aproveite que dia 31 de agosto acontecerá o sorteio da camiseta linda de viver! corram lá no blog da Salete, ligeeeiro!
Esses dias recebi esta crônica maravilhosa do Paulo Mendes Campos e percebi o quanto podemos aprender com Alice (sim, a do País das Maravilhas). Fiquei tão encantada que levei até pros meus alunos da Pós-Graduação.
Agora divido-o com vocês. Enjoy it!
PARA MARIA DA GRAÇA

Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta, se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isto a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?” Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares esta charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta. O importante é dar ou inventar uma resposta, ainda que seja mentira. A sozinhez ( esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes consequências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social, ou de bolso: nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia. Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: “Gostarias de gatos se fosses eu?”
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas, muitas vezes, por caminhos tão escondidos que quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! Mas quem ganhou?” É bobice, Maria da Graça, apostar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste. Disse o ratinho: “Minha história é longa e triste!” Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: “Minha vida daria um romance”. Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: “Minha vida daria um romance!” Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: “Devo estar diminuindo de novo”. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente. E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.
Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso, Alice depois de ter chorado um lago, pensava: “Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas”. Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
( Paulo Mendes Campos, Para Maria da Graça, in Para gostar de ler, crônicas, São Paulo, Ática, 1979, v.4, p.73-76.)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Campanha+Promoção: Ajude Salete Maria a CORDELIRAR!

Gente, hoje eu venho falar mais uma vez o blog Cordelirando e, junto com ele, ajudar a divulgar esta maravilhosa campanha+promoção.

Quem quer ganhar esta camiseta da foto? É só ler aí:

Os cordéis de Salete Maria se destacam por abordar temas como Velhice, Assédio Moral, Direitos dos Homossexuais, Direitos das Mulheres, Cidadania, Direitos Humanos, dentre outros . O diferencial da autora, além da primazia do verso são as figuras de linguagem, a intertextualidade e o modo como brinca com as palavras, provocando reflexões tão necessárias em nossos dias atuais. Por conta disto, sua obra, que já foi premiada diversas vezes, vem sendo trabalhada em escolas e universidades, além de ser objeto e fonte de pesquisa.
Pois bem, queremos pois lançar uma COLETÂNEA deste trabalho tão lindo e tão importante para todos aqueles que se identificam com as palavras rimadas de nossa poetisa. Mas, para isto precisamos de dinheiro, dinheiro este que (ainda) não temos, infelizmente. E é justamente aí que precisamos de sua ajuda!
Lançamos a Campanha+Promoção: "Ajude Salete Maria a CORDELIRAR!", onde sortearemos, no dia 31 de agosto, esta camiseta pintada à mão (tam. M), que irá dentro desta caixinha também preparada por nós, com todo carinho. Observe as regras de participação:
  1. Compre 10 (dez) cordéis de Salete Maria, no valor de R$1,00 cada (ou seja, R$10,00 ao todo). A cada dez cordéis que você comprar, terá direito a um número para o sorteio;
  2. Acompanhe o blog dela como seguidor(a);
  3. Escreva nos comentários do post da campanha a seguinte frase: "Eu quero ajudar Salete Maria a CORDELIRAR!" e deixe um email para que possamos entrar em contato e enviar a forma de pagamento dos cordéis;
  4. Se você conseguir a adesão de outra pessoa à nossa campanha+promoção, você terá direito a mais um número para sorteio (basta, para isto, que a pessoa no comentário descrito no item 3, acrescente que foi indicado por você). Cada pessoa que você indicar (e que aderir à campanha) te dará direito a mais um número.
  5. Você poderá escolher quais cordéis deseja comprar. nosso portfólio é o próprio blog, rs.

Desde já, desejamos boa sorte aos participantes e um MUITO OBRIGADA por nos ajudar a difundir esta cultura ainda tão discriminada, mas tão linda e importante que é a literatura de cordel.

Vamos ajudar nossa poetisa a CORDELIRAR e CORDELIREMOS junto com ela!

PS.: Quem não possui blog também pode participar, é só comentar no post e deixar um email para contato, ok?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo é todo dia!

A Lista
Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Dizem que hoje é dia do amigo...
Pra mim dia do amigo é todo dia, dia do amigo é dia de sufoco, é dia de risada, é dia de conversa séria e dia de conversa fora.
É dia de alegria e dia de tristeza, dia de saúde e dia de doença, dia de riqueza e dia de pobreza.
Posso dizer que tenho (poucos) amigos e que todo dia é dia deles pra mim!
Um abraço e um beijo bem grande aos meus amigos e a quem me tem por amiga tb!
Pensamentinho de Cabeceira:
"As vezes em certos momentos difíceis da vida,
em que precisamos de alguém para ajudar na saída
A sua palavra de força de fé e de carinho,
me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho"
(Roberto e Erasmo)

terça-feira, 14 de julho de 2009

P-A-C-I-Ê-N-C-I-A: PACIÊNCIA!

Paciência
Chicas
Composição: Lenine


Mesmo quando tudo
pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...)


P-A-C-I-Ê-N-C-I-A: PACIÊNCIA!
Tem bicho mais complicado que família humana?
Por que eu não nasci borboleta, hein?
Família de borboleta deve ser bem mais tranquila...
P-A-C-I-Ê-N-C-I-A: PACIÊNCIA!

P.S.: Desculpa Lenine, mas tua música na voz das Chicas fica ainda mais linda!

Pensamentinho de Cabeceira:
"Eu não sou ateu nem quero ser
Deus te abençoe rezo por você
Eu vou tocar a flauta pra me despedir
De longe minha alma vai velar por ti"
(Chicas)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

E ela vivia assim...

Saber Voar
Chimarruts
Composição: Sander Fróis / Nê
Falar...(falar...)

Que bom quando é pra ti
Sonhar...(sonhar...)
Faz a vida mais feliz
E as estrelas que não posso tocar
Estão tão perto
Estão no teu olhar
Cantar...(cantar...)
Que bom quando é pra ti
Ver teu sorriso
Também me faz sorrir
Oh estrela não deixe de brilhar
Mesmo que tão longe
Sei que ela está lá
Mesmo que eu não te veja
Posso sentir quando pensa em mim
É como não ver o sol
Mas ter certeza que está la
Transformando a noite em dia
Tristezas em alegrias
E aquilo que era vazio
Foi embora pra não voltar mais
Queria saber voar
Pra lá do alto poder ver você
Te ver sorrir te ver sonhar
Coisas lindas quero te dizer
Se um anjo encontrar
Eu vou pedir pra ele te proteger
Oh estrela que me faz enxergar
Que a vida é linda de viver

Ela vivia assim: pés no chão e cabeça nas nuvens!
Caminhava seu caminho querendo se misturar com o vento, com as cores, com os cheiros e sabores.
Detetive por vocação, estava sempre investigando tudo que se passava em volta e dentro dela... vasculhava tudo, desde as caixas de pensamentos empoeiradas até aqueles sentimentos remendadinhos esquecidos lá no cantinho do coração. Sabe aqueles sentimentozinhos que a gente sente e às vezes nem sabe que sentiu? Sabe aqueles pensamentinhos que, caixa aberta, saltavam serelepes sacudindo a poeira e desamassando a roupinha? Eram justamente estes que ela escarafunchava, escarafunchava até soltar gritinhos de "Viva! Viva!" que poderiam ser lidos como "Eureca! Encontrei! Descobri!" ou até mesmo um "Viva! Viva! Estou, de fato, viva!"
Ela vivia assim: pés no chão e cabeça nas nuvens!
De tanto caminhar seu caminho, cabelos ao vento e cara pra cima, não enxergava as pedrinhas que atravessavam sua estrada e, de não enxergar... puf! Dava mergulhos no chão! Olhos rasos d'água e nariz sujinho de terra, ensaiava alguns soluços mas, de repente, observava que lá no chão haviam formiguinhas trabalhadeiras, caminhando enfileiradas, carregando folhas verdes nas costas e aí esquecia-se do tombo, do choro, da dor...
Ela vivia assim: pés no chão e cabeça nas nuvens!
Andava sem parar, até que em um determinado momento, ela parou bruscamente! O céu azulz tingira-se de colorido. Um verdadeiro arco-íris (perdoem-me mas pra mim arco-íris vai ser sempre arco, tracinho, íris) coreografando um ballet que deixaria qualquer Ana Botafogo abobalhada! Seus olhos ficaram hipnotizados por esse farfalhar, sentiu seu coração boquiabertamente acelerante e desejou ardentemente ser uma delas...
Ela vivia assim: pés no chão e cabeça nas nuvens!
-Por favor, por favor, por favor, que eu seja uma delas! - de olhos fechados desejou!
Ao abri-los, percebeu que o colorido se aproximava e então se viu envolta num redemoinho de luz e cores! Não me perguntem como, mas, de repente, como num passe de mágica, elas se misturaram!
Foi então que sentiu suas asinhas adormecidas se abrirem, tal qual flor desabrochando. Só aí observou que seus pés flutuavam e subiam, desciam, faziam movimentos circulares e elípticos que fizeram com que s edesse conta de que alcançara a maior das descobertas: suas asas coloridas lhe davam a oportunidade de VOAR, de ver tudo do alto, em sua complexa completude.
Da última vez que a vi, ela estava assim, com um sorriso no rosto, voando rumo à liberdade!
E ela vivia assim: pés no chão e cabeça nas nuvens!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Eu sou eu e meus avessos"
(Padre Fábio de Melo)