Borboleteando...

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A vontade impulsiva de escrever e depois de ver tantos blogs interessantes me levou a criar um também... como borboleta, vou borboleteando por aí, sem saber onde isso vai dar nem onde irei parar... Bons vôos... εïз~*~

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domingo, 29 de junho de 2008


Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli

Eu não sei na verdade quem eu sou,
Já tentei calcular o meu valor,
Mas sempre encontro sorriso e o meu paraíso é onde estou...
Por que a gente é desse jeito
criando conceito pra tudo que restou?
Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!
Mas eu não sei na verdade quem eu sou!
Já tentei calcular o meu valor.
E sempre encontro o sorriso e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei na verdade quem eu sou!
Perguntar de onde veio a vida,
por onde entrei deve haver uma saída,
e tudo fica sustentado pela fé!
Na verdade ninguém sabe o que é!
Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!
Mas eu não sei na verdade quem eu sou.
Já tentei calcular o meu valor,
E sempre encontro o sorriso e o meu paraíso é onde estou!
Eu não sei na verdade quem eu sou!
Percebi que a cada minuto
Tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto
Tem louco pulando o muro, tem corpo pegando doença
Tem gente trepando no escuro, tem gente sentido ausência!
Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!
Eu não sei na verdade quem eu sou,
Já tentei calcular o meu valor,
Mas sempre encontro sorriso e o meu paraíso é onde estou...
Eu não sei na verdade quem eu sou.
A menina anda em corda-bamba, braços abertos, pé-ante-pé, tentando se equilibrar. Olhos fixos no horizonte, que é pra não desconcentrar.
-Não podes olhar para baixo, menina! Dessa forma poderás cair no abismo e, assim acontecendo, quem sabe se escapas?
Mas determinação sempre foi o seu forte. Jamais desistirá! Mesmo que no meio do caminho apareçam pedras, feras e ogros horrorosos para balançar a corda na tentativa de fazê-la cair, ainda que tenha que fazer um malabarismo incrível para se manter firme.
Depois de meio caminho andado, essa garota já vai se acostumando, vai compreendendo que o verdadeiro equilíbrio está dentro dela, que a paz pode reinar até quando sobre sua cabeça desabar o céu num cinzento temporal, com direito a raios e trovoadas.
Ela percebe, então, que já consegue dar passos mais apressados, que já consegue quase correr, rumo à linha de chegada que, a cada dia fica mais perto. O sorriso estampa seu rosto daquela que se percebe mais corajosa e mais fortalecida ao tomar certas decisões. Isso é bom, muito bom!
Pois é... esta é a metáfora que resume tudo! Tecla SAP?
Corda bamba = a vida
Horizonte = futuro
Pedras, feras e ogros = os problemas que sempre surgem e insistem em querer ficar cada vez maiores
A linha de chegada = o amadurecimento
A menina? Sammyra Santana, prazer!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim"...
(O Teatro Mágico - Nossa Sina)

sábado, 28 de junho de 2008

Viver...


Como tá ruim de ler na foto, transcrevi aí embaixo:

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós devíamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Emtão você trabalha 40 anos até fica rnovo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa nove meses flutuando...
E termina tudo com um ótimo orgasmo!!!
Não seria perfeito?"
(Chaplin)


Já pensou se a vida da gente fosse desse jeitinho? Até que seria interessante, nascermos velhinhos e irmos rejuvenescendo com o passar do tempo, até tudo terminar com aquele orgasmo! Morrer seria literalmente um prazer! hahahahahahahaha!

Ando com a vida meio corrida, mas vim aqui dar uma borboleteadinha e responder o meme que a Manuella do Infinitas Idéias deixou de presente pra mim lá no blog dela. Lá vai:
Qual sua palavra favorita? Felicidade
Qual a palavra que vc menos gosta? Inveja
Qual é o seu som favorito? MPB e Bossa Nova
Qual o som que vc mais odeia? Funk (créééu - eca)
Qual o seu palavrão favorito? Taquipa (puta que o pariu - rsrs)!!!!
O que te anima? Estar pertinho de quem eu amo, ler um bom livro, ver um filminho e ouvir uma boa música.
O que te repugna? Mentira, falsidade e inveja
Que profissão diferente da sua gostaria de ter? Psicóloga
Qual profissão vc nunca gostaria de ter? Coveira (kkkkkkkkkk, de onde eu fui tirar isso agora?)
Se existir Paraíso, o que vc gostaria de ouvir de Deus chegando à porta do céu? Menina, estava só esperando você chegar pra começar a festa! Som na caixa, dj! Uhhuuu!
Pensamentinho de Cabeceira:
"O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído"...
(Titãs)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Medo? Saaii!!

Sem Medo
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho


Como é que pode, a gente ser menino
Ter sua coragem, traçar seu destino
Sem pular o muro, trepar no coqueiro
Ir no quarto escuro, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo
O bicho te pega, boi da cara preta
Deus te castiga, medo de careta
Boi da cara preta, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo, mãe
Me mete medo
Mas atravesse o escuro sem medo
Atravesse o escuro sem medo
Atravesse o escuro sem medo
De repente a gente começa a crescer
Quer uma mulher que não pode ser
O pai quer matar, a mãe quer morrer
Não dá pra ganhar, não dá pra perder
Não dáA mulher se joga do alto do edificio
Porque o mais fácil fica o mais dificil
Fica o mais dificil
Mas atravesse a vida sem medo
Atravesse a vida sem medo
Atravesse a vida sem medo
O perigo existe, faz parte do jogo
Mas não fique triste, que viver é fogo
Veja se resiste, comece de novo
Comece de novo, comece de novo
Ao cruzar a rua você está arriscando
Pode estar na lua, pode estar amando
Passa um caminhão, cruza uma perua
O cara tá na dele, você tá na sua
Você tá na sua, você tá na sua
Mas atravesse a rua sem medo
Atravesse a rua sem medo
Atravesse a rua sem medo
Chega um belo dia de qualquer semana
Alguém bate na porta, é um telegrama
Ela está chamando, é um telegrama
Ela está chamando, pra uns ela vem cedo
Pra outros vem tarde
É que cedo ou tarde, ela vem de repente
Chega pro covarde, chega pro valente
Só tem que ninguém gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Gosta de ir na frente
Mas atravesse a morte sem medo
Atravesse a morte sem medo
Atravesse a morte sem medo


Hoje eu parei pra pensar no medo. Esse danado sempre fez parte da vida da gente, só que é meio mutante, vai assumindo novas formas, à medida em que vamos vivendo novas situações.
Quando era menorzinha (sim, porque pequena eu sou até hoje, rsrs), morria de medo da loira do banheiro! Nossa! Uma vez estava num evento da escola, todo mundo reunido no auditório, e deu aquela vontade de ir ao banheiro. Chamei as amiguinhas pra ir comigo até lá, mas nenhuma quis (afinal, ainda não tínhamos chegado naquela fase em que mulher adora ir junta fofocar no banheiro, hunf!) e aí, adivinha o que acabou acontecendo??? Um baita xixi nas calças! E depois pra levantar da cadeira, com aquela poça... ai, que mico! É que o banheiro lá da escola tinha um buraco no teto e eu podia jurar que era ali que a tal loira morava! Mas tudo é fase... hoje em dia? As menininhas torcem pra loira do banheiro aparecer pra poderem trocar figurinhas sobre maquiagem e a nova escova de chocolate que acabaram de fazer, rsrs!
Depois tive medo de fantasma, de escuro, de barata, sapo, rato (ok, ok, desses três últimos eu ainda tenho, affe) e com o passar do tempo, veio o medo da morte, de perder as pessoas que amo, até que perdi meu pai e vi que de nada adianta ter medo, um dia elas sempre vão...
Até bem pouco tempo atrás, meu maior medo era o da solidão, não queria ficar velha, por medo de ficar sozinha... Tô aprendendo que isso é bobagem pura, só fico sozinha se eu quiser, hoje em dia tem tantas alternativas, não é mesmo?
Então é isso. Hoje, meu grande medo é o de não ser feliz! Digo, de não saber extrair de dentro de mim a felicidade e ir distribuindo um bocadinho dela a cada um que por aí encontrar... Aceita um pedacinho?


Pensamentinho de Cabeceira:
"Precisa perder o medo do sexo
Precisa perder o medo da morte
Precisa perder o medo da música
Precisa perder o medo da música
O que se vê não se via
O que se crê não se cria "
(Titãs)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Eu apenas queria era saber...

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha


Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

Essa música representa meu momento agora! Época de crescimento, de sair do casulo e ver o mundo de fora... tempo de amadurecer.
Só que amadurecer dói, vamos nos desprendendo de atitudes até então cômodas, aparando as arestas, consertando aquilo que há algum tempo havia quebrado, tendo que retroceder um passo para, em seguida, avançar dois.
Mas o bom disso tudo é que a essência fica, que 'esta menina hoje é uma mulher e esta mulher é uma menina', ainda bem!
Hoje eu planejei escrever (e até escrevi) aqui a história de minha vida, para que as pessoas que lessem pudessem crescer um bocadinho junto comigo. Mas, meu lado maduro me fez apagar tudinho, uma vez que essa história tem fatos muito meus, que dizem respeito apenas a mim, que serviram para que eu crescesse, mais ninguém.
O que posso deixar expresso é que tenho vasculhado tudo aqui dentro, à procura dos motivos e razões que me fazem rir, chorar, refletir, filosofar... resumindo, tenho remexido, revirado tudo em busca nada mais, nada menos que do meu EU!
Entendeu? Também não! rsrs...

Pensamentinho de Cabeceira:
"Quando o tempo é de confusão
mantenha a calma no seu coração
mantenha a calma - calma!
Mantenha a fé e o pé no seu caminho
Mantenha o seu caminho
Mantenha a alma - acalma!"
(Mas esse Gonzaguinha era um cabra danado de bom mesmo, né?)



Ganhei mais um prêmio! Olha que coisa chiiiiiiique:

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu Tou Tentando
Kid Abelha
Composição: George Israel / Paula Toller


Eu tô tentando largar o cigarro
Eu tô tentando remar meu barco
Eu tô tentando armar um barraco
Eu tô tentandoNão cair no buraco...
Eu tô tentando tirar o atraso
Eu tô tentando te dar um abraço
Eu tô penando
Prá driblar o fracasso
Eu tô brigando
Prá enfrentar o cagaço...
Eu tô tentando ser brasileiro
Eu tô tentando
Saber o que é isso
Eu tô tentando ficar com Deus
Eu tô tentando
Que Ele fique comigo...
Eu tô fincando meus pés no chão
Eu tô tentando ganhar um milhão
Eu tô tentando ter mais culhão
Eu tô treinando prá ser campeão...
Eu tô tentando
Ser feliz (Ser Feliz!)
Eu tô tentando
Te fazer feliz...
Eu tô tentando entrar em forma
Eu tô tentando enganar a morte
Eu tô tentando ser atuante
Eu tô tentando ser boa amante...
Eu tô tentando criar meu filho
Eu tô tentando fazer meu filme
Eu tô chutando prá marcar um gol
Eu tô vivendo de Rock'n Roll...
Eu tô tentando
Ser feliz (Ser Feliz!)
Eu tô tentando
Te fazer feliz...


Eu tô tentando: colorir a vida; perder uns quilinhos; olhar pra o céu e adivinhar que forma tem as nuvens; contar estrelas; admirar a lua; rir à toa; comer brigadeiro de colher;, sentir o cheiro da pipoca estourando na panela; cheirar uma flor; conversar com velhinhos e crianças; saber amar; voar com as borboletas; fazer bolhas de sabão; viajar nas bolhas de sabão; conhecer lugares, pessoas, cheiros e sabores; dar valor a quem me valoriza; não priorizar o acessório; dar bom dia, boa tarde e boa noite; dizer por favor, com licença e obrigada; trocar figurinhas, sorrisos, abraços e confidências; olhar pro teto e pensar na vida; escrever um livro; dar um passo de cada vez; levantar se eu cair; sonhar; prestar atenção aos pequenos presentes que Deus me dá; me contentar com um arco-íris; ouvir sons de flautas no meio da rua; gargalhar; ouvir a canção da vida; emprestar meus ouvidos; calar quando for preciso; acolher sugestões e pensar com carinho a respeito; tomar sorvete de chocolate e me lambuzar inteira; dirigir sem rumo só pra pensar na vida e olhar a natureza; comer sushi com coca-cola (huahauhauahua); mastigar um chiclé pra ficar mais fácil resolver um problema; mergulhar em pensamentos que são meus; me deliciar com pensamentos que são dos outros; ler poesia, contos, romances, livros técnicos, jornal, aventura, bula de remédio e tampa de margarina; me sensibilizar com os mínimos detalhes; realizar meus sonhos e sonhar mais...
É, eu tô tentando, meu bem... juro que tô!


Pensamentinho de Cabeceira:
Luz de fim de tarde, meu rosto em contra-luz
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão
As coisas são mais fáceis na televisão
(Kid Abelha - ainda encontrooooooo a fórmulaaaa do amoooooooooor, aiiiinda encooontroooo...)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

PRÊMIO!!!

Beijo Molhado
Belchior
Composição: Belchior


Um beijo molhado, escandalizado

Mas sintonizado em nossa estação...
Um beijo comprado no supermercado
Transistorizado beijo do japão...
Only you, only you sabe dar!
Marilyn, greta, marlene
Deusas que eu amei com as mãos
A fumaça azul do cinema...
Poeira de estelas, de sexo.../
ilusãoMenina, quanta saúde!
Fascination, holymood de cartão postal lamê!
Tesouro da juventude, cuba libre...
anti-ilha do tesouro
Que eu ganhei na matine!
Ie, ie, ie, ie, ie, ie, only you
Moças, bonecas de louça, fofinhas,
dolores de mi pasión!
Oh! diana suburbana, sulamericana, suja de batom!
Oh! deusa da discoteque! oh! musa do fliperama,
meu bichinho de neon!
Vamos, de motocicleta, tomar um sorvete!
Na lanchonete sempre rola um som!
Only you, only you sabe ser, sabe dar!
Que coisa louca! que céu da boca
Um beijo, no carro, no banco de trás!
Pelvis no rock, me pegue, me toque...
Saques de sax... você é demais!
Al dia lá delle cose piu belle
Ci sei tu, ci sei tu
Al di lá, delle stille
Ci sei tu perme.

Essa música me remete a momentos tão bons, a passeios de carro por estradas aqui pertinho, tendo a melhor das companhias ao lado e, como cenário, a linda Chapada!
Como é boa a capacidade que temos de eternizar em nossas memórias os melhores momentos da vida. Não sei quanto a vocês, mas eu consigo até sentir cheiros e sabores, consigo sentir o vento, o toque, o beijo... juro que consigo!
Sem tempo pra escrever hoje, mas quis vir aqui desejar-lhes muitas músicas! Que a trilha sonora de suas vidas também possa fazê-los sentir tudo que sinto agora...
Eita! Lembrei agora daquele filme que a moça prepara um diário de viagem pro cara que ela ama, com a trilha sonora da história deles (esqueci o nome do filme... será que é "Tudo acontece em Elisabethtown"? Quem souber me ajuda). Nossa, perfeito esse filme, quando acabei de ver, corri e fui fazer a trilha sonora da minha vida...
Hummmm... acabo de ter idéias... rsrsrs! Mas é segredo!
Beijo pra quem borboletear por aqui, viu?

Pensamentinho de Cabeceira:
Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Do que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou
(Belchior canta lindamente tb)



PRÊMIO!!!


Meeeu Deus, que coisa linda!
Ganhei esse prêmio da minha querida amiga http://carolporcarol2.blogspot.com/ !
Tô aqui totalmente sem palavras! Dizer obrigada é pouco ainda!
Feliz, feliz!
Este prêmio consiste em selecionar outros 5 blogs pela sua criatividade, design e conteúdo e que tenha contribuído para a comunidade blogueira, independente do idioma. Tenho q indicar mais 5 blogs pra retribuir o prêmio. Lá vai:
http://www.cordelirando.blogspot.com/
http://queiroz19.blogspot.com/
http://cogumelosverdes.blogspot.com/
http://prahoje.com.br/dj/
http://acordemimaior.blogspot.com/

domingo, 15 de junho de 2008

Domingo na praça

A Grande Borboleta

Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso


A grande borboleta
Leve numa asa a lua
E o sol na outra
E entre as duas a seta
A grande borboleta
Seja completa-Mente solta

É sempre muito bom dar uma caminhada, num final de tarde com o vento soprando pra levar a tristeza ou sei lá o quê ruim pra bem longe daqui. Assim o fiz. E caminhando, dei numa praça. Até então, na minha cabeça, praça em dia de domingo a tarde era reduto de velhinhos, sentadinhos, dando milho aos pombos e falando do tempo em que eram jovens e iam "flertar " com as jovens senhoritas, atrás da Coluna da Hora.

Decidi sentar num banco pra ver o que ia acontecer, torcendo pra algum velhinho fofinho sentar lá perto e puxar uma conversinha animada! Adoro as histórias que essas pessoas sempre têm pra contar. Mas, nenhum deles apareceu (ué! o que danado os velhinhos fofinhos tanto faziam num domingo a tarde, que não estavam lá na praça?)...

Logo me entreti com outra coisa: umas crianças, descalças, cambalhoteavam na grama, numa felicidade sem fim! As gargalhadas corriam frouxas, as cambalhotas viraram pega-pega, que virou esconde-esconde, que virou futebol de chinelo, que virou cambalhota outra vez. Me peguei querendo ser um daqueles meninos, despreocupados, felizes, cuja maior preocupação devia ser qual seria a brincadeira da vez...

Num suspiro, olhei pra outro lado e vi duas moças enamoradas, conversando, sorrindo, segurando a mão... nem aí pro que podiam achar, pensar, falar. Naquele instante o que tava valendo pra elas era o sentimento e era algo bonito de se ver. Logo mais à frente tinha um outro casal, um rapaz que, entre um beijo e outro, também sorria feliz para sua amada e conversavam amenidades, e afagava seu cabelo, e se abraçavam contentes, nem aí pro resto da humanidade. Confesso que deu saudade, queria ser eu a estar ali abraçando, segurando a mão, trocando olhares, sorrisos e juras de amor...

Aí sim, vi os velhinhos que acabavam de chegar e já começaram logo um jogo de dominó. Percebi então que as histórias que eles porventura me contariam ia ter que ficar pra outra vez, pois aquele jogo prometia e as apostas de amendoim já estavam sendo feitas! Ai de mim se atrapalhasse, afinal, uma partida de dominó, num domingo à tardinha na praça era mais sério do que um FlaxFlu, meu bem! Aí eu quis ser um velhinho daqueles, com amigos de uma vida, cheio de histórias pra contar e com muitas partidinhas de dominó pela frente...

Levantei pra dar uma voltinha e parei perto da fonte. Fiquei imaginando quanta coisa a fonte já presenciara ali. Quantas moedas jogadas em troca de um desejo, quantas juras de amor feitas ali e quantas lágrimas misturadas Às suas águas por conta de um coração partido. Quis ser aquela fonte, tão companheira, tão cúmplice, tão guardadora de segredos...

Outro suspiro. Mãos nos bolsos. Passos despreocupados. Foi assim que voltei pra casa. Meio desolada por não ser a criança, nem a namorada, tampouco o velhinho e muito menos a fonte. Tive que ser eu mesma. Mas retornei até contente, percebi que a praça, num domingo à tardinha, além de velhinhos, também é lugar de crianças, namoradas, namorados, fonte e de uma boa história pra contar!



sexta-feira, 13 de junho de 2008

No meio do caminho tinha um arco-íris

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
(Carlos Drummond de Andrade)

É incrível como Deus nos dá presentes maravilhosos, assim, do nada! Basta termos olhos pra enxergar. Outro dia, bem de tardezinha, eu enxerguei! Foi assim..

Vinha com minha tia de um buffet que fica na serra (fomos pegar um orçamento pra fazermos a festa de aniversário de cem anos da vovó) e, na volta, caiu aquele temporal. Bom, na verdade foi uma chuvinha ralinha, dessas de refrescar o rosto em dia de calor, mas que depois foi aumentando até virar o pé d'água que virou! Praticamente impossível enxergar alguma coisa e, com o senso maravilhoso de direção (pra não dizer o contrário) que eu tenho, acabamos perdidas!

Ah, mas eu não ia apavorar a outra e, totalmente dona da situação, falei: -Calmaí tia, que descobri esse atalho (atalho? ¬¬'' sei, sei) e jajá a gente chega! - então fui me embrenhando serra adentro, cada vez mais perdida, cada vez mais chovendo e as curvas cada vez mais sinuosas. O sol já estava acabando de dar seu último adeusinho (tá, não tinha sol, mas se tivesse, ele estaria dando seu último adeusinho, hunf!) e o desespero já havia se apoderado por completo de minha pessoa. Minha tia? Ah, pelo pânico em seu rosto, essa já tinha compreendido com todas as letras que o tal atalho tinha sido a conversa mais fiada que eu já tivera com ela desde toda minha existência.

O pior é que não tinha viva alma pra perguntarmos qual caminho devíamos percorrer, então, já que estávamos perdidas mesmo, o jeito era parar no acostamento, esperar a chuva passar e aparecer um caridoso que pudesse nos salvar! Assim fizemos... a chuva pareceu durar uma eternidade, principalmente por causa da titia que se benzia a cada dois minutos e dizia "-Chagas abertas, coração ferido"! Mas, como tudo que vem, vai, foi estiando, estiando, até que ficaram só a garoa e aí, lá vem o presente!

Quando girei a chave pra ligar o carro e olhei do lado vi aquele coloridíssimo arco-íris, inteirinho, ali só pra nós! a coisa mais linda do mundo! Fazia muito tempo que eu não via uma assim, inteirinho (geralmente via pedacinhos de arco-íris, mas um assim, completinho, todinho pra mim, nem lembro...) e aquela cruvatura colorida fez eu voltar no tempo de menina, que corria de pé descalço no meio da rua, brincando de pula-corda e amarelinha, cabelo solto pro vento brincar e a cabeça cheia de sonhos!

Lembrei também do tempo que, lá no sítio da vovó, uma vez caminhei horrores, procurando o fim do arco-íris, pois junto com ele acharia um pote cheinho de moedas de chocolate e voltaria a menina mais rica do universo inteirinho (sim, porque no meu juízo, ficar rica, rica mesmo, só se as moedas fossem de chocolate, se fosse de 'dinheiro de verdade mesmo' que graça ia ter?), lembrei do Mágico de Oz (eu queria ser a Dorothy só pra cantar "Além do arco-íris, há um lugar"...), fui lembrando, lembrando... Até que, como Dorothy, fui ouvindo aquela voz looonge, loooonge, me chamando, até que a voz criou mãos sacolejantes e me trouxe pro mundo real!

Liguei de vez o carro, achamos a viv'alma que nos mstrou por onde ir, olhei pra tia com cara de: "Eu sabia que era por aqui!", dei mais uma boa espiadela no MEU arco-íris e, contente, ainda menina de pé descalço, ainda Dorothy, retornei. Retornamos.

Pensamentino de Cabeceira:

Mas depois do cinza-chumbo-pesado-desabante, sobre minha cabeça fez-se o sol! sol- amarelante-radiante-aquecente-remanescente-arco-írismente-simplesmente um sol!

(Esse devaneio aí é meu mesmo, rs)



quinta-feira, 12 de junho de 2008

Se você quer ser minha namorada,
Ah que linda namorada você poderia ser
Se quiser ser somente minha exatamente esta coisinha,
Esta coisa toda minha que ninguém mais pode ser,
Você tem que me fazer um juramento,
De só ter um pensamento,
Ser só minha até morrer,
E também de não perder esse jeitinho,
De falar devagarinho,
Estas histórias de você,
E de repente me fazer muito carinho,
E chorar bem de mansinho sem ninguém saber porque,
E se mais do que minha namorada,
Você quer ser,
Minha amada,
Minha amada mas amada pra valer,
Aquela amada pelo amor predestinada,
Sem a qual a vida é nada,
Sem a qual se quer morrer.

Você tem, que vir comigo em meu caminho,
E talvez o meu caminho, seja triste pra você,
Os teus olhos tem que ser, só dos meus olhos,
E os seus braços, o meu ninho,
No silêncio de depois,
E você tem, que ser a estrela derradeira,
Minha amiga e companheira,
No infinito de nós dois.

Música: Minha Namorada
Autoria: Carlo Lira e Vinicius de Morais



O tal dia dos namorados já está terminando e não tinha como deixar de comentar a respeito aqui no blog, né?


Aí resolvi colocar essa música do Vinicinho (reparou na intimidade? É que eu ia casar com ele, já tava tudo certo, mas ele achou de morrer quando eu tinha um ano de idade, que droga!) .


Nunca vi uma pessoa pra cantar o amor tão bem como ele... era intenso em tudo que fazia, com esse jeitinho meio malandro, carinhoso como o quê, com seus diminutivos: seu amigo era o tal doTomzinho, cantava sua musiquinnha, bebia seu whiskynho, amava sua mulherzinha, fazia gostoso um amorzinho, e, dessa forma, era por aí que ele ia hipnotizando quem achasse pela frente.


Então, minha homenagem vai a ele, nesse dia dos namorados, e a todos os amores do mundo, namorados ou não (pode até ser um que esteja na categoria de "quase" mas que tenha "muuuuito em comum", rsrs) porque o que importa que é tenhamos a consciência de que amar vale a pena, ah se vale...


Abraços aos apaixonados que por aqui borboletearem...



Pensamentinho de Cabeceira:

" E eu que era triste,

descrente desse mundo,

ao encontrar você eu conheci

o que é felicidade, meu amor"

(Quem é que canta mesmo? Ah, o Tom Jobim, rs)




quarta-feira, 11 de junho de 2008

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski


Sempre me saí melhor escrevendo que falando... por conta disso, tratei de ser observadora dos acontecimentos à minha volta. Principalmente aqueles que quase ninguém vê.

Certo dia, era um sábado à tarde, vinha do supermercado com os braços lotados de sacolas pesadas (a das coca-colas inclusive querendo rasgar) e as pernas titubeantes, equilibrantes, bufantes a tremelicar pelas calçadas.Eu mal sabia o que me aguardava pela frente... algo que me faria paralisar...

Calma, calma, não se tratava de assalto à velhinhas indefesas, nem acidente, nenhum avião se chocou contra um prédio, tampouco encontrei Bin Laden, ou um deputado escondido atrás da moita (pra ser sincera, nem moita tinha por lá, rs).

O que mexeu comigo foi o mavioso som de uma flauta, advindo de uma sala escura, escapando por uma bandinha aberta de janela, numa das casinhas do lado de lá. Como era gostoso ouvir aquela melodia, praticamente entrei em transe e fiquei a imaginar o que levara aquele flautista solitário a tocar uma canção assim tão bonita e saudosa ao mesmo tempo... aonde ele queria fazê-la chegar?

Logo mais à minha frente, na escadaria de um prédio (um dos poucos prédios existentes aqui), enxerguei uma moça, também solitária, sentada com os olhos semicerrados e a mão no queixo, viajando naquela melodia, quase podia jurar ter visto uma lágrima atrevida escorrer do cantinho do seu olho esquerdo.

E fiquei ali, parada, sacolas largadas, nem aí para as coca-colinhas que já estavam indo parar do outro lado da rua, sorvendo a magia daquele momento, o pensamento a mil por hora, tentando imaginar quem seria a musa (ou muso, quem sabe) inspiradora daquele tocador de flauta que, além das notas musicais, extraía de seu instrumento uma saraivada de sensações vividas e por viver. E a moça? Aquela melodia pegava em suas mãos e a levava mais precisamente para que lugar? De quem ou do que ela lembrava naquele instante? Que cor, que gosto, que cheiro teriam os pensamentos daqueles dois personagens solitários, naquela tarde de sábado? O que os tornava tão solitários assim?

Foi então que, como num estalo, percebi-me também sozinha, três almas desconhecidas e separadas, mas ao mesmo tempo unidas pelas notas musicais que estouravam em nossos rostos e ouvidos, tais como bolas de sabão, daquelas sopradas pelo canudinho...

Respirei fundo, juntei as sacolas que ainda me restavam e segui meu caminho... jamais tornei a ver o flautista, muito menos a moça da escadaria, mas a música, ah, a música... essa sim, carreguei comigo e guardo até hoje, basta fechar os olhos e sentir...

Pensamentinho de Cabeceira:

Isso de querer ser

exatamente aquilo

que a gente é

ainda vai

nos levar além

(Paulo Leminski - gosto tanto dele...)



Passa uma borboleta

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
Fernando Pessoa


Fernando Pessoa é mesmo pura filosofia, rsrs! Assim como ele, também me ponho a observar as borboletas... e fico altamente impressionada como uma coisiquinha tão miúda daquelas pode transmitir tantas mensagens. Não, porque, você já parou pra reparar numa borboleta?
Diz aí, à primeira vista, o que você vê? Uma coisiquinha de nada, coloridinha, batendo asinha e voando de flor em flor, não é? O perfeito sinônimo da leveza e fragilidade, e aí as mentes viajadouras já começam logo a ver fadinhas esvoaçantes, bailando no ar, delicadas, com seus pezinhos em ponta e as mãos nas mais lindas posições de bailarina... E aí dizem, "Ah, mas a Fulaninha é tão linda, frágil feito uma borboleta"...

Frágil? Isso porque você não sabe a luta que foi pra ela sair daquele casulo sufocante! Crescer ali naquele apertado, suas asinhas 'frágeis' e fininhas se comprimindo... e a corajosa borboleta luta, encara seus medos, rompe as amarras... "Isso, só mais um pouquinho, falta mais um pouco, rasga aqui, rompe ali! Consegui! Saiu uma asinha... Ufa! Ufa! A outra! Saí!!!" Acho que esses devem ser os pensamentos das borboletas na hora que estão ali digladiando com aquele invólucro, a princípio tão aconchegante e acolhedor, mas, agora, tão opressor...

E depois de tudo isso vêm as outras lutas: e voa de flor em flor atrás de alimento, e pratica defesa pessoal, e interage com outras borboletas... É, meu bem, vida de borboleta não é fácil não, viu?

Isso, porque eu nem vou mencionar a teoria do caos, onde um simples bater asas de borboleta pode ocasionar furacões arrebatadores!!! É mole?

Então, pra mim, a borboleta tem esses dois lados: o da graciosidade colorida, mas também o da altivez libertária!

Hummmm... se as borboletas podem, por que não eu?

Pensamentinho de Cabeceira:

"O que a lagarta chama de fim do mundo, o homem chama de borboleta".

(Richard Bach - aaaaaaamo essa frase!!!)

terça-feira, 10 de junho de 2008

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
Clarice Lispector

Esse texto da Clarice é mesmo muito lindo, né? A gente sempre aprende tanto com ela... Me fez lembrar agora o filme "Sob o Sol da Toscana", alguém já viu? Dentre tantos trechos lindos que ele tem, um dos que mais me tocaram foi quando uma moça lá disse que sempre esperou pelas joaninhas no jardim, mas elas nunca vinham. Daí, num certo dia, de tanto esperar, ela acabou adormecendo por lá e, quando se deu conta, as joaninhas estavam lá!

Muitas vezes a gente quer tanto determinada coisa, e quer ali, naquela hora, e bate o pé, e chora e faz birra quando a coisa não chega. O que a gente não compreende (e eu me incluo, aliás, me coloco no top list) é que só os distraídos conseguem! A ansiedade em demasia é um mal terrível e euzinha aqui preciso, urgentemente, começar a trabalhar a minha! Sou ansiosa ao extremo, quero tudo pra ontem, detesto esperar, mesmo sabendo que tudo tem sua hora certa de acontecer, quero que a minha hora seja sempre agora, rsrsrs!

Mas a vida (e as pessoas que estão pertinho de mim) estão se encarregando de me ensinar. Com cara de: "Não é bem assim, mocinha! Nem tudo acontece do jeito e na hora que você quer!", a dona vida, uma senhora muito bondosa e ao mesmo tempo exigente, vai me botando nos eixos, através de certas peças que me prega! E devagarinho eu vou aprendendo!

Tenho mais é que aprender a viver um dia de cada vez, devagarinho, saboreado cada instante, como se saboreia fruta madura, dessas que a gente arranca do pé! Tenho que me desligar mais do passado e parar de querer dar conta do futuro que, se for parar pra pensar, o futuro é agora, e agora, e agora, e agora, e agor...

Pensamentinho de Cabeceira:

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: Quero é uma verdade inventada."

(Clarice, sempre Clarice)



segunda-feira, 9 de junho de 2008

Não há Vagas

NÃO HÁ VAGAS
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preçodo arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegaçãodo leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
Ferreira Gullar

Se tem uma coisa que me tira completamente do sério, é ver injustiça. Tenha ela a proporção que tiver e seja cometida contra quem for. Desde as balinhas dadas como troco na padaria (será que eles aceitariam que eu pagasse o pão em balas também?), até a roubalheira que fazem com o dinheiro público; dinheiro pago, através de impostos, com o sacrifício daqueles que trabalham de verdade, que fazem hora extra pra poder comprar o leite além do pão, daqueles que lotam as enfermarias dos hospitais, dos que correm apressados para não perder a condução, dos pontos batidos todos os dias...

Fico p... quando vejo crianças e idosos sendo desrespeitados ( e nem é só nas filas dos bancos e hospitais, mas dentro de casa e pela própria família). E os primeiros que deveriam ler (e praticar) o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso eram os senhores governantes.

Vejo por aí muitas pessoas-lagartas ainda arrastando-se pelo chão, com uma visão rasteira do mundo e das coisas que os cercam... vejo pseudo-borboletas, voando raso, acreditando que sabem de tudo e que já contribuíram com sua parcela, fingindo desperceber que muito ainda há pra se fazer!

Urge que apareçam mais pessoas-borboletas, que, após terem lutado para se libertar do casulo, batam suas asas e voem longe, que tenham uma visão global do viver e que trabalhem para que as distâncias que separam os marginais sejam cada vez mais dirimidas!

Pensamentinho de Cabeceira:

Uma parte de mim

pesa, pondera:

outra parte

delira.

(Ferreira Gullar)
Teatro Dos Vampiros
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Sempre precisei

De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...
Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...

A vida é muito interessante, é um livro que vamos lendo aos pouquinhos, sem saber o final. Muitas vezes entramos em crise, algumas delas até sem mesmo saber porquê, até que as tais crises te obrigam a parar, reler as páginas anteriores, perceber onde está o foco e, caso ainda haja tempo, cirurgiar a área comprometida. E aí ficamos bem outra vez, até que nova crise venha abalar as estruturas do nosso eu e o processo recomeça. É... definitivamente, a vida é um recomeço!
Ai, ai... mas tem hora que cansa! Alguém pára o mundo por favor? Eu quero descer!

Pensamentinho de Cabeceira:

"E até lá, vamos viver

temos muito ainda por fazer

Não olhe pra trás

Apenas começamos.

O mundo começa agora.

Apenas começamos".

(Legião Urbana)

domingo, 8 de junho de 2008

A Menina que roubava Livros - Marcus Zusak

"Sim, o Fuhrer decidiu que dominaria o mundo com palavras. 'Jamais dispararei uma arma', concebeu. 'Não precisarei fazê-lo'. Mesmo assim não se precipitou. Reconheçamos nele ao menos isso. Ele não tinha nada de burro. Seu primeiro plano de ataque foi plantar as palavras em tantas áreas de sua terra natal quantas fosse possível. Plantou-as dia e noite e as cultivou. observou-as crescer, até que grandes florestas de palavras acabaram crescendo por toda a Alemanha. Era uma nação de pensamento cultivados.
(...) As pessoas que trepavam nas árvores eram chamadas de sacudidoras de palavras. Os melhores sacudidores de palavras eram os que compreendiam o verdadeiro poder delas. Eram os que conseguiam subir mais alto. Um desses sacudidores era uma menininha magricela. Ela era famosa como a melhor sacudidora de palavras de sua região porque sabia o quanto uma pessoa podia ficar impotente SEM as palavras.
(...)Um dia, porém, ela conheceu um homem que era desprezado por sua pátria, embora tivesse nascido nela. os dois se tornaram bons amigos e, quando o homem adoeceu, a sacudidora de palavras deixou uma única lágrima cair no rosto dele. A lágrima era feita de amizade - uma só palavra - e secou, e se tornou uma semente e, ao voltar à floresta na vez seguinte, a menina plantou essa semente entre todas as árvores. Regou-a todos os dias.
(...)O broto foi crescendo dia a dia, mais depressa do que todos os demais, até se transformar na árvore mais alta da floresta. Todos foram vê-la. Todos murmuraram sobre ela e esperaram... pelo Fuhrer. (...) Inflamado, ele deu ordens imediatas de que a árvore fosse derrubada.
(...) A sacudidora de palavras debateu-se até se libertar. Saiu correndo. Acercou-se da árvore e, enquanto o fuhrer golpeava o tronco com seu machado, trepou até chegar aos galhos mais altos. (...) Esperou a árvore tombar.
Mas a árvore não se mexeu. Passaram-se horas e mais horas, porém, apesar disso, o machado do fuhrer não conseguiu tirar uma única lasca do tronco.
(...) Passaram-se dias. As semanas se sucederam. Nem cento e noventa e seis soldados conseguiram causar o menor impacto na árvore da sacudidora de palavras.
(...)numa tarde, entrou na cidade um novo machadeiro. (...) O rapaz abriu sua sacola e tirou uma coisa muito menor que um machado (...) vasculhou a sacola à procura de pregos (...) e ele calculou que precisaria de quatro a fim de usá-los de apoio para os pés e chegar até lá.
(...)Ele levou muitas horas para atingir os últimos galhos e, ao fazê-lo, encontrou a sacudidora de árvores. (...)
-É você mesmo? Será que foi do seu rosto, pensou, que tirei a semente?
-Sou.
(...) Depois d eolharem e conversarem bastante, os dois desceram. As pessoas mal podiam acreditar no que viam e, no instante em que a sacudidora d epalavras e o rapaz puseram os pés no mundo, a árvore finalmente começou a exibir as marcas das machadadas. Surgiram machucados. Abriram-se fendas no tronco e a terra começou a tremer.
-Ela vai cair! - gritou uma moça. - A árvore vai cair!
Tinha razão. A árvore da sacudidora de palavras (...) soltou um gemido e foi sugada pelo chão. O mundo sacudiu e, quando, enfim, tudo se acalmou, a árvore ficou estendida em meio ao restante da floresta. (...) A sacudidora de palavras e o rapaz subiram no tronco horizontal. Abriram caminho por entre os galhos e começaram a andar. ao olharem para trás, notaram que a maioria dos espectadores tinham voltado para seus lugar4es. Lá dentro. Lá fora. Na floresta.
Mas, ao seguir andando, eles pararam várias vezes para escutar. Julgaram ouvir vozes e palavras às suas costas, na árvore da sacudidora de palavras.
***
Sem mais comentários. O texto, por si só, fala tudo! Tudinho mesmo...
***
Pensamentinho de cabeceira:
Vou dormir pensando sobre essa história e desejar com todas a sminhas forças que também eu seja uma sacudidora de palavras...